sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Molecagem do Tempo

Me voltou à lembrança o pau de bosta; o pique de lata; a lata de mijo; a linha imaginária; o caí no poço e outras brincadeiras deixadas nos calcanhares do tempo. Me lembrei das brigas; dos beijos furtivos com a filha do padeiro; do Grupo; dos colegas do Grupo com quem a gente inventava as brincadeiras - brincadeiras inocentes de moleques inocentes de um Grupo Escolar de uma
cidadezinha do interior.
Me voltou à lembrança o baile; o carnaval do clube da cidade; o outro carnaval atrás da estação ao que a gente acorria atrás de prazeres proibídos.
Batíamos perna na praça da Igreja de São Sebastião e eu me lembro que era Sábado- Domingo é missa e com certeza nossos pais estarão aquí-
À noite depois do baile é que vinham as brincadeiras -nas férias da escola elas rolavam noite adentro acompanhando o folgado do dia seguinte.
Me lembrei de meninos correndo pelas ruas de terr e hoje são homens feitos -homens de mulheres perdidas em suas costuras; seus bilros, suas rendas; gordas, com seus doces a engordar mais e mais- uns cegos; uns enxergando sua chance lá longe; uns carregando pesados fardos.
Me peguei chorando, limpando as lágrimas num velho álbum de fotografias.

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