segunda-feira, 1 de junho de 2009

picles


lago - carlos mota


é fogo...

a bola chutou de canela e minha boca seca não tinha a caricia do Rio - um a zero -

aniversário

nossa mãe que era a vossa mãe guardara o bolo da véspera
todo de foguetes artifícios algazarra você vestido de...

Famboyant

- Tiago calce mais rápido os tênis que o Taunay carrega a
taça campeã e no CEU agora somos o primeiro time de dribles
passes gol - familia -

férias...

quando o Gontijo aponta o nariz para o planalto
você abraçou seu pai seu tio seu irmão no olho falso
do tucunaré voraz Serra da Mesa...

camaradas

aquele outro mais um tantos abraços...
do piolho meleta chicão carlim pastel bruno valtim
e um beijo do pai meu camarada.

presente...

a torre eifel cabe no meu peito
carrego a torre eifel pra lá e pra cá
a torre eifel balança mas não cai
a torre eifel não é de Paris porque ela é minha...

]valha...[

dentro do gol o crucifixo
e o urubu aterrissou na minha chaminé.
tentaram todas as marcas de cerveja
e a farofa faltou apimentada.
apelei pro Mané...

...é ladrão de mulher

o palhaço despencou do picadeiro na rapidez de quem nunca espera
mas a mulher de barba sustentou Sansão sobre os seus ombros e a
turnê fecha quando entrar Setembro.

serviço prestado

a secretária executou de pronto o serviço bilingue e à hora
Depois do recado foi dado o veredito: crime hediondo com
máxima condenação - o Sr. Juiz -

reminiscências[

de madrugada a luz quase apagada dos meus óculos de grau
Marieta cobrou por um beijo e
- puta é a senhora sua mãe! biscate que se preza tem na boca
a cor do pecado carmim.
diz que mais tarde Marieta depois nunca mais beijou...
- profissional!

políticos

um olho no gato e a frigideira carregada de surpresas quer dizer
que é dia de festa
no fritar dos ovos resulta farinha do mesmo saco...

pif-paf

a mesa cheia exala adrenalina e reis e damas misturam-se aos valetes.
lançada a sorte defende-se o às de copas...

fogo cruzado...

um homem nu sobre a ponte o ponteiro aponta a meia hora
do lado de lá a mulher espera com o almoço posto sobre a mesa,
do lado de cá a amante resguarda a meia noite...

ecologismo

Dudé subiu no Dedo de Deus, viu só 7/100 da mata que era toda, Atlântica!

mineirice...

o foguista punha mais lenha na fogueira e a Maria Fumaça fumegava apito
e ligeireza no devagavagar de rumo gare Tiradentes. quermesse quentão
pipoca milho no borralho. fogos de artifício e o caboclo traga estórias no seu
cigarro de palha.

Barbaracena manicomial...

o louco
pensou-se que era pouco
até 2001 multiplicava casos - loucura de fato! -

presipresente

apontou curto ali a luz no fim do túnel
... desfeito o prognóstico da TEVÊ

FEZINHA

heras tantas heras sobre o meu túmulo de número registrado.
muito muito tempo depois que eu morri deu cavalo boa sorte
na cabeça...

Olímpico

o olho vermelho do sinaleiro aplaude o golaço de Guilherme.
Domingo pipoca bermuda e chinela de dedo... Tigrão meu amor
primeiro.

aposentado

não consigo escrever sobre o meu tempo porque o tempo curto
que tenho é o tempo do almoço.
Descolo um cigarro e na fumaça enxergo o meu corpo sobre os
obstáculos e atlético na piscina, depois cansado, e só...

mãe coragem


sua majestade - carlos mota


mãe,
estou aqui e busco teu seio
sagrando virtudes raça força e viço

mãe,
tu que sempre dizes porque veio
em luta em grito bravo compromisso

mãe,
amamenta esse filho teu e lhe sustenta
que também o seu grito pede eco
dá-me leme oh mãe nessa tormenta...

poesia nascida da leitura...
te contei foi como arrebatamento
tua cria teu filho eu o teu rebento
ah quem dera ter tua bravura

...DA GRAÇA DA GRAUNA


oficina pferros 214 graçagrauna


quando uma onça coxeia,
manca com ela um Yanomami...
quando uma árvore despenca,
cai com ela um Soyá...
quando um rio se seca,
desidratado morre um Krena Kore...
mas quando canta uma arara
quando voa um passarim
quando ecoa o barulhão vivo da mata,
canta o Xavante
voa o Zoé, Caiabí, Pataxó...
jabê ipó!

sábado, 21 de março de 2009

MI DISCULPI O LEITÔ...


mascara_3 moscamorta


Beradim de eu tentô fugí
Beradim de eu tentô versá
Um tantim inté quis discutí
Ôtro tanto achô de se mandá
Esse ôtro nem pode se abrí
Que esse aqui diz - mió fechá

O zuvido num pôde nem ouví
O que o trapo da língua quis falá
Inté os zói foi fechado sem sentí
Por num tê mais nada pra se oiá
Essa mão de pendente quis caí
Sem ôtra mão amiga prá apertá

O nariz só cherô pra não sentí
O sentido do chêro se alastrá
Se o rapé rapapé pode insistí
É mio num tê medo de espirrá
Se o bicho dicè – já te cumí
Só se o bicho corrê pra te pegá...

Nem de reza num pude me serví
Tanta reza e num pude me iscolá
Das biata, as reza nunca crí
E dos padre eu num pude escutá
Das frêra do colejo me iscundí,
O meu tempo gozei foi em brincá

Me disculpi o leitô mais vô partí
Que o tinhoso tá perto a espreitá
Tô sintino o caroço do piqui
E os ispim, a garganta me espetá
E o bodum de inxofre que ta’quí
Tá fazeno os cabelo eriçá

- É bem feito procê... ia dizê
Meu irmão maldizeno a me atentá
Mais no pique que eu tô digo procê:
- Quero é vê o desditoso me pegá
E ao leitô – paciênça pra mim lê
Por agora o que quero é me safá

Mais me diga o leitô ou quem querê
- Fedô pesa? Me arresponda por favô
Se num sabem, num pricisa dizê
Porque a curiosidade inté passô
- Esse peso não é cheiro o que se lê...
- Arrenego a sinceridade do leitô!

sexta-feira, 6 de março de 2009

VEM DANÇAR...






fotos Carlos Mota


O Mercado Popular, de cara nova, chama o povo pra dançar.
Entregue ao público em 1953, construido com fachada em Art déco e
os lados em simetria com ornamentos geométricos, o mercado passou recentemente(2006) por uma completa reforma, em que foi preservado seu estilo original, e virou ponto de referência na cidade.
Sugestões:
Bar do Luis - churrasquinho. (Luis, Daquinha e familia)
Pastelaria do Meu - pastéis variados. (Daniel, MEU e Dna. Maria)
ZERO 800 - frango empanado. (Maurão)
Bistreco - cachaça de Minas. (Márcio)
Bar do Elpidio - costeleta de Caranha. (Elpidio e familia)
Mercearia do Barros - cerveja gelada. (Seu Barros)
e mais uma variedade de bares e restaurantes.
onde fica
No antigo Bairro Popular, hoje Setor Central, de Goiânia capital de Goiás à Rua 74 esq. c/ Rua 57 o mercado está de portas abertas.
por que ir
N'um ambiente familiar e aconchegante o espaço oferece, além de botecos com tira gosto variado, cerveja gelada e bom atendimento,
uma pista de dança e shows com música ao vivo.
quando ir
De terça ás sextas-feiras as atrações musicais começam às 7:00h e terminam às 10:30h, com um revesamento constante de artistas locais e de estilos, e aos Sábados tem o happy hour regado a forró, cerveja e feijoada.
quem vai
Todo mundo que gosta das boas coisas da vida.
quanto custa
entrada franca

FORA DA MEDIDA...


um flamboyam contempla o céu - Jesus Mota



Priscila me lia aos sábados e domingos,
Porque parei de escrever Priscila ficou cega
E hoje é de imitar as cabras em suas brincadeiras.
Cabra Cega...
.....................................................................
Samuel tem doença no nome,
Empacotada na parte de trás
Do carro com sirene.
Deu no noticiário que a carga
Era: peixes, caças até uma sucuri.
Fora da medida!
.....................................................................
Lazarim era mesmo lazarento!
Assobiava e chupava cana e
Os dentes: todos dois tinia de
Ser novinho de bom esmalte.
Era mesmo assim o caso dele...
......................................................................
Tô com saudades de meu irmão
E daquele outro, e do outro e
Dela e mais dela, e de sua prosa
E de sua sanha e disso tudo...
Ou será que eu tô doido?!
Discordam?...
.......................................................................
Sonhei que eu tava numa briga
De foices e facas afiadas e n’um tinha
Sangue e n’um tinha os outros.
Aonde estão os meus opositores, gritei...
Acordei, e acho que era pesadelo.
Fiquei imaginando, e se eu não me deitar?!
........................................................................
Priscila me chamou pra brincar
De Cabra Cega, disse que me empresta
Seus sextos sentidos...



sobre a obra
porque acho que escrever é montar num cavalo sem rédeas e
marcar o rumo que o nariz aponta, protegidos cavalo e nariz...

SEMPRE-VIVA


céu - Taunay Mota


Sobre o toucador
O kit de beleza e
O buquê de rosas,
Dúzias. Negadas,
Trasvestidas, moucas...
- quadro exposto na galeria da lembrança-

No bar, entre clientes,
Há de fazer de conta
Que o tempo, se conta
Em momentos, breve.
Um buquê de rosas,
Sempre-vivas, máximas.

Quando o freguês urina seu último pingo de cerveja
E as mariposas já não voam sob a lâmpada, o marido,
Cabeça baixa confere a feria do dia.

Sempre-vivas rosas...
Máxima, a mulher
Aniversariada tem
Um ano mais nova...

sobre a obra
uma mulher entre dois buquês, um presente do marido outro do AMANTE

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

BARQUINHO DE PAPEL


imagem jbconrado


Um louco olhando pela janela vê:
Um mar em sua imensidão e plena turbulência
Uma menina vestida de carinho: a sua menina dos olhos...
Um astronauta comendo salame, limpando as mãos
Nas calças de tecido brilhante: lamê.
A casa de mil faces, e suas mil faces internas
Trasvestidas em BB ou BBB: contado o tempo...
Uma águia pousada no fio de alta-tensão, e o colibri ali perto
Muito perto, pousa com uma flor no bico.
Uma senhora com aparente meia idade, de anáguas e
Chinelo de dedo, limpa o nariz na esquina da Av. Z,
Enquanto o lotação demasiadamente lotado, passa,
Demasiadamente lotado.
Um moleque chuta uma bola de meia, enquanto...
Outros em algazarra.
Aquele senhor está sentado ao longe e se aproxima
Quando se levanta, e chega e chega e é só retina...
Uma prostituta limpando o batom vermelho no
Vestido suspenso: em sua calcinha as cores da
Bandeira nacional. No fundo do quadro um barquinho,
Longe tremulante espasmódico, de papel...


sobre a obra
quando se está antes das grades...

ROSAS DE DOR






As rosas na tua mesa
Todas elas, que lamento!
Só mantêm a vela acesa:
Luz desse meu sofrimento.

Rosas, rosas, rosas, tanto
Para enfeitar outra flor!
No meu peito, esse pranto
Escancara a minha dor...

Minha dor escancarada
Será a minha bandeira
Nessa luta, desfraldada.

Pelo santo que me valha!
De hoje até segunda-feira
Vencerei essa batalha.



sobre a obra
as rosas falam...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

DE NOITES E TEMPESTADES...


imagem wordpress





A lua acesa no céu!
Roseana quem pintou...

Meus versos às dou,
Mulher e lua: fascínio.



À sombra d'A LUA de Roseana Murray

um homem de óculos...


dr. caligari



Gato de becos, transido,
Esconso no chavascal das
Minhas mondongas memórias:

Rasguei todos meus retratos.
Quebrei todos os espelhos, e atirei-os
Para não me ver em cacos.

Esparramo as cinzas dos meus textos,
Não como um parente em homenagem,
Decerto para se separarem em nadas nanorgãnicos.

Ponho-me ao longe das janelas.
O horizonte não me cabe à retina
Dada a limitação desses aros míopes...

] uma sombra só cobre parte de um todo.

Se eu fosse sombra, só?!
Se eu corresse em ziguezague
Como a gazela medrosa do puma...

Pra não me ver em cacos
Evito as janelas da memória,
Quieto, feito sombra!

Escondo todos os espelhos:
Gato de becos,
Analiso o mundo de soslaio.



sobre a obra
]uma sombra só cobre parte de um todo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

GESTUAL


bronze rob gonsalves


A palavra, todas, não me basta...
Faltar-me-á a cara fechada, o sorriso
Amarelecido de dentes.

A palavra, nunca, não me basta...
Quero o aperto de mão, e quero os braços.
Quando me abraçares, sou mais!

Obrigado! Parabéns! Felicidades! Não me basta... Palavras!
Dai o discurso aos ares, alto-falantes.

A palavra, ela não me basta,
Dai o discurso ao léu.
Atitude é o que nos falta...

Por isso, as todas, mãos dadas
N’um abraçar das coisas, causas.
E nisso: atitude.



sobre a obra
a palavra, não nos basta

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

FATIDICUS




A boca trago
O bastonete.



sobre a obra
fatídico poema

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

AMANHECER NO ARAGUAIA






fotos Carlos Mota


Quando o clarão dos primeiros raios de sol vem acordar a gente, o Araguaia já banhou meio mundo e nos traz o barulho manso de suas águas baixas da estia. Um companheiro se espreguiça na barraca, outro se lembra de fazer o café, aquele vai direto checar a tralha de pesca, eu acordara mais cedo e máquina na mão vou registrando o amanhecer no Araguaia. Um claro tímido aparece no corte do horizonte, sobre os mirtais da outra
margem do rio, e vai se apresentando, mais, até se mostrar por inteiro feito uma bola de basquete crescida em dimensões afogueado e belo,o sol.
E as sombras vão compondo o complemento do cenário, as barracas o acampamento o barco o jirau. As gaivotas sobrevoam nosso espaço e vem e vão e suas sombras, ou mergulham ambas num bote certeiro multiplicando sombras sobre nossas cabeças.
Os barcos e seus pescadores já sobem e descem o rio num frenesi de motores e falas, povoando de vida forasteira o Araguaia.
Serão quatro ou cinco dias assim, nessa mesmice gostosa de acordar com o sol e os passarinhos e de dormir sem nem um boleto ou taxa de condomínio, e se a sorte ajudar
quem sabe um mandubé ou até um belo pintado venha se oferecer ao deleite de sua carretilha...

domingo, 11 de janeiro de 2009

BRIDA


abstrato ivan serpa


Queda sobre mim o fascínio da platina,
Amalgamica protética protetora.
- Seu tolo! Eu, manequim, cobaia ]o deus, o boticário...
Ah o boticário! Como se fora meus dentes impregna minha boca.
É dono do meu sorriso medido em ângulos, o boticário!
Meus sonhos são os sonhos dele, o boticário!
.......................................................................................................
Símile cavalgadura, medido em ângulos...]o deus midiático...
Seus sonhos são meus dentes em outdoor...
Impregna minha boca o seu sorriso, midiático!
Amalgamico boticário, protetor.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

LIVRO ABERTO




Abri em primeira mão
Um livro ganhado teu,
Levantei os pés do chão
Pelas asas que me deu...

Tenho os super poderes,
Todos que quiser usar.
Vou pra “Lua dos Prazeres”
Te agradecer e beijar.

Vou e volto em um segundo
E te trago o que quiseres:
Guirlandas jóias o mundo.
Ou invento o que tu queres...

Ao livro, nunca mais deixo!
E a ti, nunca deixarei.
Pelo livro, todo apreço,
E por ti, ora! Nem sei...


sobre a obra

pra Dedê,