sábado, 21 de março de 2009

MI DISCULPI O LEITÔ...


mascara_3 moscamorta


Beradim de eu tentô fugí
Beradim de eu tentô versá
Um tantim inté quis discutí
Ôtro tanto achô de se mandá
Esse ôtro nem pode se abrí
Que esse aqui diz - mió fechá

O zuvido num pôde nem ouví
O que o trapo da língua quis falá
Inté os zói foi fechado sem sentí
Por num tê mais nada pra se oiá
Essa mão de pendente quis caí
Sem ôtra mão amiga prá apertá

O nariz só cherô pra não sentí
O sentido do chêro se alastrá
Se o rapé rapapé pode insistí
É mio num tê medo de espirrá
Se o bicho dicè – já te cumí
Só se o bicho corrê pra te pegá...

Nem de reza num pude me serví
Tanta reza e num pude me iscolá
Das biata, as reza nunca crí
E dos padre eu num pude escutá
Das frêra do colejo me iscundí,
O meu tempo gozei foi em brincá

Me disculpi o leitô mais vô partí
Que o tinhoso tá perto a espreitá
Tô sintino o caroço do piqui
E os ispim, a garganta me espetá
E o bodum de inxofre que ta’quí
Tá fazeno os cabelo eriçá

- É bem feito procê... ia dizê
Meu irmão maldizeno a me atentá
Mais no pique que eu tô digo procê:
- Quero é vê o desditoso me pegá
E ao leitô – paciênça pra mim lê
Por agora o que quero é me safá

Mais me diga o leitô ou quem querê
- Fedô pesa? Me arresponda por favô
Se num sabem, num pricisa dizê
Porque a curiosidade inté passô
- Esse peso não é cheiro o que se lê...
- Arrenego a sinceridade do leitô!

sexta-feira, 6 de março de 2009

VEM DANÇAR...






fotos Carlos Mota


O Mercado Popular, de cara nova, chama o povo pra dançar.
Entregue ao público em 1953, construido com fachada em Art déco e
os lados em simetria com ornamentos geométricos, o mercado passou recentemente(2006) por uma completa reforma, em que foi preservado seu estilo original, e virou ponto de referência na cidade.
Sugestões:
Bar do Luis - churrasquinho. (Luis, Daquinha e familia)
Pastelaria do Meu - pastéis variados. (Daniel, MEU e Dna. Maria)
ZERO 800 - frango empanado. (Maurão)
Bistreco - cachaça de Minas. (Márcio)
Bar do Elpidio - costeleta de Caranha. (Elpidio e familia)
Mercearia do Barros - cerveja gelada. (Seu Barros)
e mais uma variedade de bares e restaurantes.
onde fica
No antigo Bairro Popular, hoje Setor Central, de Goiânia capital de Goiás à Rua 74 esq. c/ Rua 57 o mercado está de portas abertas.
por que ir
N'um ambiente familiar e aconchegante o espaço oferece, além de botecos com tira gosto variado, cerveja gelada e bom atendimento,
uma pista de dança e shows com música ao vivo.
quando ir
De terça ás sextas-feiras as atrações musicais começam às 7:00h e terminam às 10:30h, com um revesamento constante de artistas locais e de estilos, e aos Sábados tem o happy hour regado a forró, cerveja e feijoada.
quem vai
Todo mundo que gosta das boas coisas da vida.
quanto custa
entrada franca

FORA DA MEDIDA...


um flamboyam contempla o céu - Jesus Mota



Priscila me lia aos sábados e domingos,
Porque parei de escrever Priscila ficou cega
E hoje é de imitar as cabras em suas brincadeiras.
Cabra Cega...
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Samuel tem doença no nome,
Empacotada na parte de trás
Do carro com sirene.
Deu no noticiário que a carga
Era: peixes, caças até uma sucuri.
Fora da medida!
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Lazarim era mesmo lazarento!
Assobiava e chupava cana e
Os dentes: todos dois tinia de
Ser novinho de bom esmalte.
Era mesmo assim o caso dele...
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Tô com saudades de meu irmão
E daquele outro, e do outro e
Dela e mais dela, e de sua prosa
E de sua sanha e disso tudo...
Ou será que eu tô doido?!
Discordam?...
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Sonhei que eu tava numa briga
De foices e facas afiadas e n’um tinha
Sangue e n’um tinha os outros.
Aonde estão os meus opositores, gritei...
Acordei, e acho que era pesadelo.
Fiquei imaginando, e se eu não me deitar?!
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Priscila me chamou pra brincar
De Cabra Cega, disse que me empresta
Seus sextos sentidos...



sobre a obra
porque acho que escrever é montar num cavalo sem rédeas e
marcar o rumo que o nariz aponta, protegidos cavalo e nariz...

SEMPRE-VIVA


céu - Taunay Mota


Sobre o toucador
O kit de beleza e
O buquê de rosas,
Dúzias. Negadas,
Trasvestidas, moucas...
- quadro exposto na galeria da lembrança-

No bar, entre clientes,
Há de fazer de conta
Que o tempo, se conta
Em momentos, breve.
Um buquê de rosas,
Sempre-vivas, máximas.

Quando o freguês urina seu último pingo de cerveja
E as mariposas já não voam sob a lâmpada, o marido,
Cabeça baixa confere a feria do dia.

Sempre-vivas rosas...
Máxima, a mulher
Aniversariada tem
Um ano mais nova...

sobre a obra
uma mulher entre dois buquês, um presente do marido outro do AMANTE