sábado, 21 de março de 2009

MI DISCULPI O LEITÔ...


mascara_3 moscamorta


Beradim de eu tentô fugí
Beradim de eu tentô versá
Um tantim inté quis discutí
Ôtro tanto achô de se mandá
Esse ôtro nem pode se abrí
Que esse aqui diz - mió fechá

O zuvido num pôde nem ouví
O que o trapo da língua quis falá
Inté os zói foi fechado sem sentí
Por num tê mais nada pra se oiá
Essa mão de pendente quis caí
Sem ôtra mão amiga prá apertá

O nariz só cherô pra não sentí
O sentido do chêro se alastrá
Se o rapé rapapé pode insistí
É mio num tê medo de espirrá
Se o bicho dicè – já te cumí
Só se o bicho corrê pra te pegá...

Nem de reza num pude me serví
Tanta reza e num pude me iscolá
Das biata, as reza nunca crí
E dos padre eu num pude escutá
Das frêra do colejo me iscundí,
O meu tempo gozei foi em brincá

Me disculpi o leitô mais vô partí
Que o tinhoso tá perto a espreitá
Tô sintino o caroço do piqui
E os ispim, a garganta me espetá
E o bodum de inxofre que ta’quí
Tá fazeno os cabelo eriçá

- É bem feito procê... ia dizê
Meu irmão maldizeno a me atentá
Mais no pique que eu tô digo procê:
- Quero é vê o desditoso me pegá
E ao leitô – paciênça pra mim lê
Por agora o que quero é me safá

Mais me diga o leitô ou quem querê
- Fedô pesa? Me arresponda por favô
Se num sabem, num pricisa dizê
Porque a curiosidade inté passô
- Esse peso não é cheiro o que se lê...
- Arrenego a sinceridade do leitô!

Um comentário:

Doroni Hilgenberg disse...
Este comentário foi removido pelo autor.