sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cumeeiras

da janela do quarto vejo as cumeeiras
e as caixas d´água pesando seus ripais
as placas armazenam o sol de Agosto
- a chuva aínda demora a chegar -
nos quintais os cães de colo latem os passarinhos,
distraídas rolinhas,bem-te-vís, pardacentos pardais
saltitam nos telhados - não temem a rapina -
o vento balança a Sete Copas: um santo
remédio suas folhas caídas - pra cura dos rins –
ao longe os alto falantes desenham seus políticos:
sóbrios e retos atrás de um ideal
a tarde cai indiferente...

de noite somem os gorjeios e os mastins de
guarda tomam seus postos silenciosos e maus
as antenas despejam nas salas de tv, seus
heróis de novelas e com eles seus panos
de moda e de fundo
os ladrões sem colarinho espiam os beirais e
os homens de bem religam os alarmes
- tanta coisa nos jornais -
os espectros povoam as cumeeiras

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