domingo, 7 de março de 2010

Retrato II


a torre - Carlos Mota


A lama, lágrima escorrida em face da desgraça
Açoita, imola, escancara a suspeita da ameaça
Sem prevenir; arrasta, arrasa, arregaça
Aluvião de infortúnios; revela caras, credos,
corpos, massa...

A dor estampada na tela, abala – Guernica decifrada –
Foram-se filhos, infantes, perdeu-se um poeta
Um verso lancinante: o verbo nada.

Nostradamus não veio nos dizer
Que essa hora chegada era esperada
Tanta angústia, degredo, gritos, morte.
Pesadelo acordando a madrugada.

Sabe o homem o que fez por não ter feito,
Nessa tara capital tão desregrada?!

Um porto infeliz, posto que sangra,
Um sorriso apagado em mais um rosto
Outra história infeliz que vira nada...

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